
Participei de muitos debates de combate ao regime autoritário. Tenho na memória as imagens de um grande encontro que se realizou no auditório da faculdade de direito da UFC, com a presença do corajoso senador Teotônio Vilela. Na ocasião foi lançado o movimento “anistia ampla, geral e irrestrita”. Ainda hoje guardo com carinho o livro lançado pelo senador e por ele autografado.
A válvula de escape da minha geração eram as manifestações artísticas, principalmente, a música e o teatro. Os beatles, Elis Regina e Chico Buarque eram minhas maiores preferências. Assisti três shows da Elis: o Falso Brilhante em São Paulo, Transversal do Tempo em Porto Alegre e Trem Azul em Fortaleza.
Concluído o curso de arquitetura e urbanismo ingressei na Prefeitura Municipal de Fortaleza onde trabalho até hoje. Como servidor público realizei vários cursos de especializações com destaque para o Curso de Pós-Graduação em Metodologia e Projetos de Desenvolvimento Municipal e Urbano – CEMUAM no Instituto Brasileiro de Administração Municipal (IBAM) no Rio de Janeiro criado pela grande urbanista argentina Adina Mera que, inclusive, foi minha professora na UFC. Desde então, declinei-me mais pelo urbanismo como profissão. Foi a minha primeira participação em um curso onde predominou o princípio da intersetorialidade.

A turma era formada por colegas de diversas formações profissionais vindos de vários estados do Brasil e das Américas do Sul e Central. Das fortes amizades consolidadas deste curso cito meu grande amigo hondurenho Esmelin Mendoza o qual já tive a alegria de visitá-lo por duas ocasiões. A primeira vez fui à sua terra natal quando, juntamente com ele e Virgínia, viajamos por terra de Honduras até o México passando pela Guatemala, Nicarágua e El Salvador. Foi quando testemunhei as lamentáveis desigualdades sociais destes países. A outra vez foi recentemente, quando em Denver, Estados Unidos – cidade onde Esmelin se estabeleceu como empreendedor – quando ele nos recebeu com grande afabilidade .
A parte prática do CEMUAM se realizou em Santa Catarina quando tivemos uma relação próxima com as nuances das gestões municipais. A participação neste curso muito influenciou a minha militância no movimento popular de Maranguape quando, juntamente com outros companheiros, fundamos o Movimento Maranguapense de Apoio Comunitário – MAC, e depois , a União das Entidades Comunitárias de Maranguape – UNECOM. Como arquiteto fui membro do Instituto dos Arquitetos do Brasil – Departamento do Ceará – IAB/ CE, onde exerci o cargo de vice-presidente.